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sábado, 3 de março de 2018

Lágrimas de Salgueiro ( e a Mimosa)

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Minhas lágrimas sobre mimosas,
Mimosas que nesse dia sorriram,
Sob minhas lágrimas sucumbiram,
Lágrimas envolventes, silenciosas,
Fugidas de meus olhos, perigosas,
O delicado amarelo delas cobriram,
Pelas lágrimas envolvidas, curiosas,
    Mais lágrimas sobre elas sentiram!...

Veio o frio triste e elas congelaram,
Congelaram suas lágrimas primeiro,
Tão verdes as mimosas de Fevereiro,
Tantas mimosas lágrimas dobraram,
Muitas, de tanta tristeza quebraram,
Outras floriram do amor verdadeiro;
À beira do rio, um solitário salgueiro,
A quem até o frio do amor roubaram,
     Sorria ao, da mimosa, sentir o cheiro!...

São frágeis as mimosas deste mundo,
Que ao frio do mundo sobreviveram,
Mimosas floriram do medo profundo,
Lágrimas se perderam num segundo,
    Durante séculos, lágrimas morreram!...

Beijam minhas lágrimas tua frágil cor,
Refloresces sem queixumes nem apelo,
Cobriram-te minhas lágrimas de calor,
  Minhas lágrimas que já foram de gelo,
     Sou velho salgueiro solitário de amor!...


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terça-feira, 16 de maio de 2017

Rios de Alegria sem Margens (nem água)

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Somos tão ricos em simpatias,
Vendemos nossos sorrisos inebriantes,
Queremos ser os mais felizes todos os dias,
Partilhamos com alegria todas as nossas alegrias,
Mas quando nos vem ao pensamento, por instantes,
No quanto os sorrisos de amigos podem ser mais brilhantes,
Tudo é válido para parecermos as mais pobres alegorias,
Entristecemos,
E tudo fazemos,
Por nós, entre sorrisos e gargalhadas dissonantes,
Como se fôssemos as mais tristes mercadorias,
Á venda nas vaidades mais arrogantes,
De verdadeira alegria vazios!...
Assim vivemos,
Assim morremos,
Como se fôssemos rios,
Rios sem margens nem águas,
Onde caminhássemos menos sombrios,
     E, juntos, pudéssemos lavar nossas mágoas!...


Quero tanto, tanto que sejas feliz,
Que dances nos braços da felicidade,
Se a felicidade for, como quem diz,
    Eu… com toda a minha caridade;
Alegra-te e sente como sou a tua raiz,
     Sou a árvore e o fruto da tua amizade!...
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sábado, 16 de abril de 2016

Olhos de Primavera

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Esta chuva que não para de cair,
Dos olhos onde urzes florescem,
São saudades do que está por vir,
    Dias que nos olhos amanhecem!...

Caem lágrimas mansas e serenas,
Das nuvens que embranquecem,
Foram pombas de brancas penas,
    As nuvens que não se esquecem!...

Teus olhos de violeta pranteados,
Espreguiçam-se sobre a verdura,
Agora olhos de sonhos azulados;

 Sol e o sorriso, dois raios dourados,
Suave azul do céu e a tua brancura,
    Primavera em teus olhos aliviados!...

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Passar sem Vinho


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Não…
Não deixem entrar as rãs!...
Não…
Não afoguem as manhãs!...
Não…
Não me deixem afogar,
Quero acordar,
Há buracos nos divãs,
Não deixem mais água entrar,
É em água à minha volta que eu sei nadar,
Uma hidra de água alaga-me com suas irmãs,
 Dentro de mim, vomitam água, alguns hidrófilos titãs,
Absorvem-me a desesperada necessidade de respirar,
Entram-me pelos ouvidos os anfíbios verdes a coaxar,
Tento evadir-me de mim em aflitas tentativas vãs,
Fora de mim, sinto-me no interior a naufragar,
Alcanço o limiar do meu pesadelo sedento,
Com tanta água para me rebentar,
É de sede que eu rebento,
   E acordo a transpirar!.. 

Só Jesus Cristo me valeu,
O que já água alguma me valia,
Até Jesus agradeceu o vinho que Bebia,
A Deus que a beber de seu sangue Lhe deu,
Era sangue da Vida que em Vinho bem Lhe sabia,
   E em cálice sagrado que todo o Apóstolo bebeu!...

Há uma triste sede em nossa mágoa,
Quando a sede só nos permite um caminho,
Não conseguimos passar pela vida sem água,
  Mas é triste passar pela vida sem vinho!...
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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Nuvens e o Vento


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Teu olhar cansado, baixado e triste,
Vai alegrar-se quando vir a alegria passar,
Talvez a alegria passe pela tristeza que sentiste,
Teus olhos arrependidos pela alegria que não pediste,
Entristecem-se perto daquela alegria que não pode ficar;
Olha que ao longe, há olhos que te olham e te fazem sonhar,
Revêem-te em seus olhos a tua esperança que não desiste,
E descem ao sítio onde tuas lágrimas adormecem!...
Eleva-te até ao cume da montanha e leva teu olhar,
Salga as tuas doces lágrimas e nelas faz-te ao mar,
Segue as nuvens velozes que não se entristecem,
São loucas pelo vento, mas nunca enlouquecem,
E antes que o vento as leve sem nunca as amar,
Pede à nuvem mais baixa que te ensine a voar,
   Sente como as nuvens, do vento se esquecem!...
  
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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Copo da Porta

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Ao último copo bebido perto da porta,
O vinho transbordava da cheia vontade,
Por tanto que antes de tanto fora bebido,
-Antes do último, portanto,
 Do último, a incerteza, contudo-
E outro tanto,
Foram-se os cálculos de ar sisudo,
Veio o riso livre e o desabafo com tudo,
E toda a zombaria ao silêncio com alarido;
Agora, zoina, ora hirto um dedo antes mudo,
Escondido na mão entre dedos sóbrios contido,
Ora agora que a verdade é o que muito importa,
Para dentro bem cheio de quase ter conseguido,
Adormece sem força e sem copo, a boca já torta,
     E lá se enrola a língua dentro do copo da porta!...

Num dia desses haveria de beber todos os dias,
Não restaria um só dia com entradas medrosas,
Chegaria o dia em que beberia as covardias,
Das portas malditas patentes às ironias,
    Sarcasmos de saídas corajosas!...

Ainda estão as portas abertas para os que entram,
Abertas ao último copo de quem bebe mais algum,
 São loucos os últimos copos que a saída enfrentam,
   Sem o tino que lhes diga se o último copo aguentam,
       Bebem tudo que podem e à saída arreiam mais um!...

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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Lágrima!...

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Perto do sol que arrefecia,
Esgueirando-se do pôr do olhar,
Pelo desencanto dos olhos escorria,
Uma pequena lágrima que de tanto cintilar,
Teimava em fazer olhos apagados brilhar,
Escondidos na noite triste que sentia,
Algum amor que neles se erguia,
      Longe do desejo de amar!...
E ali ficava um corpo a arrefecer,
Gelando a esperança nas veias entristecidas,
Esvaziado de sua longínqua vontade de desejar,
Sem a vontade de encher-se com o desejo de viver,
Ali nos braços das más recordações consentidas,
Ao abandono das horas felizes esquecidas,
    Que amor algum deixaria esquecer!...
E ali se punha o sol sem aquecer,
Lançando raios de uma sedução cintilante,
Sobre a pequena lágrima em deslize periclitante,
Já muito perto de cílios vencidos pela indiferença;
E o raio dos raios sedutores,
Sementes de tão ofuscada descrença,
Na certeza de terem desferido a derradeira sentença,
Afastaram-se em suas vestes de sombra triunfante,
Alheios à sombra da mais silenciosa das dores,
E do grito sem destino engolido à nascença,
Para ser grito de gritos libertadores,
      Mas sempre tristes!...
E ali ficaram os olhos caídos,
Entregues à Vida de uma lágrima resistente,
Tão lágrima de uma vida desistente,
Ingénua de puros sentidos,
E do sentimento doente,
   Que não chora pelos vencidos!...
     E venceu!!!...
Quando se deixou cair,
Nos lábios já do beijo esquecidos,
Foi beijada por desejos sequiosos,
E outros desejos a reluzir,
Reanimados e luminosos,
Um novo olhar posto no porvir,
que graças à graça de intenso sentir,
   Por uma pequena lágrima foram renascidos!...



Peço a Deus,
Que perdoe pecados meus,
Que te seja lágrima de olhos em mim,
Perdão me concedido aos olhos teus,
 E que para sempre nos olhe assim,
Com a Esperança até ao fim,
    No perdão em olhos Seus!...
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